sexta-feira, 16 de março de 2018

Rótulo eterno



Estereótipos, rótulos, definições reais ou não sobre as pessoas que possam de uma maneira contundente definir aquilo que ela é para outras pessoas ou aquilo que de forma degradante desejamos que ela seja.

Rotulamos muito as pessoas, dizemos para elas ou longe delas aquilo que pensamos que elas são, mas enquanto isso detestamos com todas as forças ser rotulados ou definidos. 

Temos para nós que ao sermos definidos como algo passamos a ser restritos aquele rótulo ou aquela informação. Uma estigma que marca além do exterior da pessoa, mas que fica preso a alma, criando raízes que podem não ter corte, um caminho sem volta.

Imagine por exemplo um casal onde o homem destila "n" nomes para a sua mulher e mesmo assim afirma ama-la acima de tudo enquanto a denigre e a põe para baixo com todas as pressões possíveis. Para piorar essa mulher pode ganhar o estigma de ser para sempre a mulher de fulano ou a ex do cara que a humilhava, tal como uma mulher de "bandido" vira uma marca, um rótulo.

A fama sobre o rótulo adquirido traz para si transtornos muitas vezes incontornáveis,seja no campo psicológico prendendo a pessoa a um fardo que pode ou não ser verdadeiro ou atravancando o crescimento do mesmo que acredita que deva ser somente aquilo que dizem que ele é.

Ao rotularmos alguém dizemos para ela que ela é aquilo e pronto, assim sem rodeios definimos seu ser e estar até sem dizer para ele diretamente.

Já parou pra pensar quantas vezes mesmo que de forma inconsciente encaramos uma pessoa e apenas pela sua cara definimos aquilo que para nós ela é.

Tudo bem, tem toda a questão de empatia, de se sentir bem com a pessoa ou até de conhecer a história dela por outras pessoas, mas já pensou que julgar um livro pela capa pode ser pouco.

Claro que também há casos onde tudo o que já foi feito pela pessoa acaba por rotular e definir o que ela será aclamada por toda a vida.

Ponha-se por um momento no lugar de um "bandido" famoso, um Osama Bin Laden, um Fernandinho Beira Mar, Um Nem da Rocinha,Suzane Ritchofen ou até o goleiro Bruno. Independente do tamanho do seu arrependimento ou do tempo que cumpram suas penas no caso de alguns até pagando com a vida será bem improvável que não surja alguém que lhe remeta o passado e que o encare de uma forma ou de outra como a garota que matou os pai, o homem que mandou a mãe do filho pra boca dos cachorros, o bandidão que comandou o tráfico de drogas ou o cara que derrubou o maior centro financeiro do mundo e matou milhares de pessoas.

Eles não são santos, nunca serão, mas será que são realmente maus em sua essência, mau por um todo a ponto de não ter salvação?

Os anos vão passar, sempre passam, mas os rótulos ficam presos a eles por tudo o que fizeram, ainda mais sendo por marcas negativas, maculas da vida dessas pessoas que afetaram de forma acintosa a vida das pessoas,trazendo a tona discussões e pensamentos sobre até onde podemos ir e que tipo de atrocidades podemos cometer.

O rotulo por si julga e sendo ele um rótulo ruim o julgamento é muito maior do que um punhado de boas atitudes que essas pessoas possam te tido. 

Fato é que instintivamente rotulamos coisas,pessoas e situações, fazemos isso o tempo todo e muitas vezes nos esquecemos que há uma possibilidade de mudança. Claro, a mudança não ocorre em todas as pessoas, mas pode sim ocorrer em um ou em outro mesmo que muitos duvidem.

Isso se chama superação aliada a uma boa dose de vontade, já que ninguém se mexe e muda de vida estático aguardando que a mudança caia do céu.

Definições pouco importam na verdade se tivermos a consciência de que não somos nada disso, mas o problema está justamente aí, como se convencer de que não somos aquilo que tanta gente diz, afinal eles estão vendo o mesmo que a gente? Eles vêem mais do que a gente ou só estão acompanhando a manada.

Há quem não se conheça e ganhe rótulos idênticos ao longo da vida,da mesma forma que poderá ser rotulado por alguns como introvertido e como expansivo e comunicativo por outros. São rótulos, definições de outras pessoas sobre aquilo que eles acreditam que o outro é.

Já reparou no entanto como é difícil que nós mesmos possamos nos definir como algo, apontar defeitos e qualidades é um duro exercício que muitas vezes foge de nossa alçada e olha que problema, deixamos que os outros o façam.

O mundo seria bem melhor se ao invés de rotular as pessoas nos dedicássemos a amar uns aos outros mais e a conviver com as diferenças e particularidades de cada um. 

Eu sou eu, você é você, fulano é fulano e ciclano é ciclano e que assim seja,que assim possamos desejar a eles o mesmo amor e compreensão que tanto desejamos que eles tenham conosco.

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