segunda-feira, 9 de julho de 2018

A hora da partida



Não há aviso,suspiro ou qualquer preparação e de uma só vez a vida se esvaí e as pessoas se vão deixando para nós a saudade e as lembranças de boas histórias vividas ou planejadas ao lado daquela pessoa especial.

São essas lembranças que tornam a saudade que sentimos das pessoas um pouco mais especial,afinal quando a pessoa se vai,ela deixa uma parte de si.

Fato é que a partida inesperada de uma pessoa deixa para trás também a solidão,seja ela pelo simples fato de não se ter a companhia direta ou pela lacuna ocasionada pela ausência de uma pessoa que se fazia presente em nossas vidas.

E nessa solidão,contudo,que descobrimos um novo meio de afago,um carinho especial reservado para nós de uma "estrela" especial que fica lá do céu a impressionar os anjos com seu cuidado e zelo,enquanto para nós reserva o brilho de quem um dia irradia luz através de seus sorrisos na terra.

Não imposta o grau de parentesco ou até mesmo a proximidade. A morte abre para nós um vácuo que de imediato é imensurável para nós que ficamos e que nos tornamos parte dessa morte tão rememorada enquanto a pessoa apenas tem ali a ocupação dilacerante de viver seus últimos suspiros.

Apesar de não esperarmos a morte ou a partida de alguém de nossas vidas, a verdade é que vamos nos adaptando e nos preparando física e psicologicamente para sermos "sozinhos". É bem verdade,dói, fere a alma,lateja na cabeça e nos músculos como se não houvesse sentido a perda de alguém que estava aqui e segundos depois se perdeu em meio a eternidade.

Entretanto,devemos compreender que nascemos sozinhos de certa forma,assim sem compreender o por que de estar vindo ao mundo vamos crescendo e surgindo para a vida até percebermos que belas são as aves que voam sozinhas,planando pela ar sem qualquer auxílio e independentes de ajuda seja ela a mais bem vinda que for.

A dor um dia bate a porta, é fato,senta se ao nosso lado como uma velha e indesejável amiga enquanto insiste que não saíra de lá enquanto não conversarmos com ela para resolver teóricos conflitos.

Lhe asseguro no entanto que a indesejável presença da dor ao nosso lado se faz maior devido a própria ilusão criada por ela. Ilusão essa que nos faz crer que ao perdermos alguém perdemos o amor que fora perpetuado em vida,através das histórias vívidas e das lembranças deixadas em nossa mente e que não serão esquecidas ao passar dos anos.

É obvio que o choro vai nos invadir algum dia, as lágrimas tem esse ponto de fusão entre a emoção e a dor seja para nos levantar e seguir adiante ou seja para nos fazer lembrar aquilo que nos corrói. Chorar faz bem,desde que não o façamos a todo tempo, de forma que os sorrisos também ganhem espaço para aplacar a dor e relembrar o grande encontro que é a vida.

Amamos por nós,amamos por eles e torcemos que desse encontro de amores enquanto estivermos aqui seja o suficiente para que quando nós formos embora as pessoas saibam que aquilo é o nosso melhor.

A saudade não vai passar,ela vai ficar ali,oscilando entre grandes e pequenos momentos pronta para se fazer presente,mas sendo compensada pelo amor,mesmo que de longe,mesmo que ausente de forma física para nos fazer entender o por que existe a morte.

A morte é incansável,ela sempre ocorreu e sempre ocorrerá, certeza única da vida enquanto a nós cabe compreender e valorizar o momento em que estamos juntos aqueles que queremos bem,juntos daqueles que amamos e compreender de uma vez por todas que o nosso coração anseia,grita e implora por uma única chance de demonstrar que o amor pode ser eterno no peito,na mente e no coração das pessoas.

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