quarta-feira, 25 de julho de 2018

Semeie o mundo



Passado,presente e futuro nos habitam com intimidades diferentes a cada individuo,contudo o passado é aquele a qual remetemos nossos momentos mais felizes seja por uma infância recheada de bons momentos ou pela divertida adolescência coberta de diversos motivos para nos fazer lembrar e sorrir de tudo.

O passado por si nos habita diariamente,talvez por isso acreditemos que ele está dentro do nosso contexto de presente,quando na verdade ele,feliz ou infelizmente ficou para trás num lugar onde não poderemos mais viver.

São muitas as pessoas que almejam a felicidade a qualquer custo acreditando que um fato novo poderia manejar uma guinada na vida para ventos e tempos melhores. Um emprego novo, morando numa nova cidade,um filho, tudo aquilo que possa mudar o rumo de nossas vidas.

Os fatos de nossas vidas podem sim colaborar para que tomemos caminhos diferentes,comportamento e ambições mudam de acordo com o tempo e a cada dia podemos ter um novo pré consentimento da vida ou da forma que ela é.

Promessas éticas e morais que muitas vezes ficam pelo papel ou presas em nossas mentes de onde nunca saíram,meio que como o início de uma nova dieta toda segunda feira ou começar a malhar e a correr visando melhorar a saúde,quando na verdade seguimos comendo besteiras desenfreadas e deitados no sofá vendo TV ou agarrados ao nosso querido Netflix.

A infância tem muito dessa falta de preocupação,principalmente pela pensamento de que teremos tempo para tudo e que num piscar de olhos as coisas funcionaram e acontecerão de uma maneira suave e sem maiores danos.

Ledo engano,os minutos correm e o tempo nos escorre pelas mãos, logo estamos adultos,correndo de lá a cá para alimentar não só a nos mesmos como também aos nossos filhos a quem queremos um mundo herdado de maneira tão sonhada na infância,mesmo que já na fase adulta estejamos totalmente cientes que o mundo não é um mar de rosas.

Ao ganharmos um filho talvez esse conceito mude,não somos nós mais as crianças desejosas de que o tempo pare e fiquemos sem as frustrações do mundo adulto ao beirar a caucasiana casa dos trinta,mas sim os nossos pequenos aqueles a quem desejamos dar bons exemplos para que eles creiam que o mundo deles aos trinta seja bem melhor do que é hoje para nós.

Passamos a ver o mundo com mais cautela e com o desejo quase alucinado para que ele mude para um lugar melhor não num passe de mágica,mas pela nossas mãos apenas pelo motivo de: Orgulhar nossa prole.

De forma inconsciente quando criança nós pensamos apenas em nós mesmos,um narcisismo efetivo que coloca as outras pessoas em segundo plano até por que sem conhecimento de causa acreditamos que no futuro elas possam ser substituídas por outras pessoas e assim sucessivamente seguiremos até que nossos momentos sejam eternos ou claro,cheguemos a fase adulta e notemos que a banda não toca com tanta intensidade e alegria apenas por que assim desejamos.

O tempo e a vida nos recoloca nos eixos e a criança que éramos toma a frente de dores e sofrimentos que antes pensávamos não existir ou estar presentes apenas nos livros e filmes que nossos pais nos contavam enquanto desejávamos dormir para nos levantar no dia seguinte e brincar mais e mais.

Qualquer história por mais banal ou infantil que ela queira se portar acaba por ter início,meio e fim. Começando por narrar e apresentar pessoas para em seguida nos colocar diante das adversidades que serão resolvidas de forma heroica e uma lição coadjuvante nos é lançada para que enquanto ainda não caíssemos no sono a mesma pudesse ser compreendida.

O problema contudo é que nós crescemos, chegamos a fase adulta e ao invés de apenas ouvir as histórias aguardando um final feliz,passamos a contar nossas histórias que ao invés de uma moral ditada de aprendizado nos dá ensinamentos nem tão felizes quanto gostaríamos e finais nem tão alegres quanto costumavam ser.

Fisicamente crescemos,mentalmente talvez demore para perceber que somos adultos,mas socialmente somos apresentados ao mundo muito cedo,alguns cedo até demais e por isso deixar o mundo um lugar legal e habitável aos nossos herdeiros acaba por ser uma questão de honra. Para aqueles que não possuem filhos, esse papo todo ainda pode parecer estranho,mas vai fazer todo sentido assim que um sorriso banguela lhe fizer abrir os olhos bem mais do que a boca para se lembrar daquele doce infância que viveu e acreditava ser eterna.

Devemos saber sim,que nessa vida tudo o que plantamos será colhido, mas também devemos estar cientes que ao plantar algo nem sempre colheremos frutos,mas que com sorte e cultivo poderemos descansar a sua sombra com a mente certa de que o trabalho foi bem feito.

Crianças, somam,dividem,semeiam os bons sentimentos,adultos não,esses colhem,desde que tenha sido feito um bom plantio.

Semeie.


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