quinta-feira, 19 de julho de 2018

Meu "querido" Ex.Doc (25)


(Todo mundo já teve um ex não é? Sendo assim,boas e más lembranças dos relacionamentos passados serão contados aqui no Meu "querido" ex, afim de relembrar, rir e chorar de boas histórias relatadas por pessoas que de forma anônima ou não se despuseram a contar suas vidas sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)

"Nos conhecemos muito novos no colégio,eu era três anos mais velho,mas acabei sendo reprovado um ano e a minha sala calhou de ter amigas em comum com ela.

Eu era o típico aluno gordinho engraçado,mas ao mesmo tempo de pavio curto,daqueles que ou você vai gostar muito de andar junto ou vai tomar raiva da minha cara,ela era a garota nerd,esforçada,mas que ao mesmo tempo detestava passar horas estudando.


Não lembro ao certo como começamos o namoro,foi meio que por acaso e logo estávamos namorando sério.


Adolescência é um idade complicada,vejo isso hoje em dia até por que na época eu me via sempre certo e tudo,mas sabia também que fazia muita merda, talvez por isso brigávamos tanto.


Contudo eu via que ela era uma boa namorada,afinal,bastava eu brigar e querer fazer besteira para que nossos amigos,muitos deles em comum por estudar no mesmo colégio virem meio que me contendo de fazer qualquer coisa fora da linha.


Nem sempre adiantava é verdade,mas pelo menos eles evitavam que a coisa piorasse.


Em meio a tantas brigas namoramos por cinco anos, muito tempo,talvez por isso me incomodava tanto o fato de que ao todo parecia que só eu levava o namoro a sério.


Minha família inteira era ciente do nosso namoro,mas da família dela apenas uma irmã mais velha tinha noção que ficávamos algumas vezes,sendo que pelo nosso tempo de namoro era meio difícil de pensar que apenas ficávamos e isso foi me incomodando a ponto de piorar nossas brigas cada vez mais.


Fora isso,mesmo após tanto tempo de namoro ela permanecia virgem,intacta,afinal,se eu não ia na casa dela e ela pouco ia na minha,ficava muito difícil para que eu pudesse ter alguma coisa com ela e fora das duas casas,ela se fazia de difícil,logo,virgem ela permanecia.


Brigas atrás de brigas e então terminamos.


Na época eu não sabia se seria apenas mais um de nossos términos ou se era pra valer,mas dessa vez ela não perdeu tempo.


O namoro que havíamos começado no fundamental e caminhou até o Ensino médio terminou quando após uma semana do nosso término ela iniciou um namoro com um cara que estudava no prédio de engenharia que era em frente ao nosso colégio.


Na minha cabeça ficou meio óbvio que ela já conhecia o cara e estava flertando com ele,por que o desenrolar da coisa foi muito rápido.


Enfim,não passou mais uma semana e o cara estava jantando na casa dela,com a família toda.Ou seja eu namoro com a vagabunda (Assim passei a chama-la) por quatro anos e não conheço nem o cachorro da casa e o cara em uma mísera semana namora,em duas janta na casa da família.


Mas,calma,não há nada que não possa piorar.


No colégio onde eu estudei o ensino médio tem aulas durante o dia todo,isso só não ocorre nas sextas feiras a tarde,onde os alunos são dispensados no horário de almoço e vão para as suas casas em geral para estudar.


Ficava muito pouca gente no colégio e eu no caso fui um desses,já que meu último horário de sexta antes da saída era Educação Física,logo,quando não íamos pro clube do colégio para fazer a aula lá,ficávamos até depois do horário jogando bola na quadra.


Lembro que naquele dia joguei bola até cerca de uma e meia,duas horas e resolvemos ir embora eu e mais três colegas.


A frente do colégio na época contava com um estacionamento amplo,não possuía cobertura alguma além de diversos pés de manga que davam sombras tanto para os carros,apesar do perigo de levar uma senhora mangada na lataria,além de dar sombras para os alunos que descansavam por ali para esperar as aulas começarem ou claro seus pais buscarem para ir pra casa.


Naquele fatídico dia,iríamos caminhar até a avenida principal para pegar ônibus lá e ir pra casa.


Com o estacionamento praticamente vazio no entanto notamos que havia um carro quase no fundo do estacionamento que balançava muito e estava praticamente todo embaçado.


Adolescentes não perdoam,começamos a gritar igual loucos pelo que provavelmente estava acontecendo ali na parte da tarde sem fazer ideia de quem estava no interior do veículo.


Eis que a porta se abre e do carro saí meio que arrumando a roupa o tal sujeito que agora era o atual namorado da minha ex.


Eu paralisei,travei totalmente a ponto de meus colegas mudarem da zoação comigo para a preocupação.


A raiva me consumiu e por muito pouco não fui até lá,quando a janela se abriu e vi dentro do carro a minha ex,suada e se aparentemente arrumando a roupa.


Cinco anos,cinco anos onde de forma torta ou não dediquei muito sentimento para aquela garota e mesmo assim nem digno de ser apresentado a família eu fui. Sexo então,nem pensar,era algo que ela mal cogitava,mas e agora...


Duas semanas,três semanas se muito haviam se passado e tudo aquilo que eu não obtive em cinco anos ele teve em um prazo curto de tempo.


A caminhada até a avenida foi talvez a mais longa e silenciosa da minha vida,meus colegas a principio,tentavam mudar de assunto,enquanto eu mudo ficava na mesma sem responder qualquer palavra.


Anos mais tarde esse fato se tornou fato de zoação,apesar de eu ainda me referir a ela como vagabunda.


Ela segue com o cara até onde soube dela,eu me formei,namoro e até hoje ainda encaro carros parados em canto de estacionamento.


Felizmente o estacionamento do fato deixou de existir anos mais tarde,aplacando um pouco toda a raiva que podia sentir daquele lugar."


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