quinta-feira, 28 de junho de 2018

Meu "querido" Ex.Doc (22)


(Todo mundo já teve um ex não é? Sendo assim,boas e más lembranças dos relacionamentos passados serão contados aqui no Meu "querido" ex, afim de relembrar, rir e chorar de boas histórias relatadas por pessoas que de forma anônima ou não se despuseram a contar suas vidas sem qualquer custo. A todos o meu MUITO OBRIGADO)

"Estudei da primeira a oitava série em um mesmo colégio. Por estar a muitos anos no mesmo colégio era meio que inevitável que eu conhecesse todos os alunos da minha série,que eram cerca de noventa alunos,além de funcionários e professores.

Assim como a esmagadora maioria dos colégios, há sempre alunos com diversos perfis,então mesmo que o aluno seja mais novo,se ele atende um certo perfil ou faz algo de bom ou ruim que se torna relevante,ele meio que se torna famoso dentro do colégio ou como gostávamos de chamar,ele se torna popular.

Quando eu estava no oitavo ano,já havia me tornado conhecido no colégio,mas,isso se devia mais pelo tempo que estava lá,eu nunca fiz parte dos populares,até por que não era a minha intenção,mas muita gente me conhecia no colégio ou pelo menos sabia meu nome.

Havia uma garota que era dois anos mais nova,cursava o sexto ano,mas que o colégio inteiro conhecia. Seja por que o pai mandava buscar ela e a irmã mais nova num belo carro da Mercedes, ou pelo fato de que ela era muito bonita e andava com garotas igualmente bonitas, logo, pelo caminho natural da cartilha de alunos em um colégio ela se tornou popular.

Eu tive pouco contato com ela diretamente, nunca fomos grandes amigos, mas sempre tem uma festinha no colégio que faça os alunos se conhecerem e se aproximarem. Ficar naqueles tempos ainda tinha todo um processo de conquista pra idade.

Eu era próximo a uma das melhores amigas da garota,talvez a menos "esnobe" delas,talvez por isso a menina se dignava a me cumprimentar e vez ou outra rir das minhas piadas. Eu também era amigo de um primo dela, mais velho e que no ano seguinte se tornaria repetente e acabaria estudando no mesmo colégio que o meu.

Após oito anos de colégio,os alunos que se formavam,eram conduzidos a outro colégio onde se encontrariam com alunos tidos como concursados e formariam novas salas e amizades. Lá estava eu no Ensino médio,mas com raízes bem fincadas no meu antigo colégio,até pela proximidade de um colégio a outro.

Ao me tornar um aluno do Ensino Médio pude perceber que ganhávamos um contorno especial frente aos alunos do meu antigo colégio. Eu explico. 

A graduação dava para nós uma aura de intocáveis,daqueles que se tornam o exemplo a ser seguido,algo que hoje, por sinal vejo como uma tremenda bobagem ou status juvenil.

Naqueles tempos um aluno do terceiro ano,mesmo que tivesse passado pelo outro colégio tinha status de "Semi Deus" frente aos alunos,em especial as meninas,os do segundo e primeiro estavam num escalão abaixo,mas seguiam com muito prestígio.

Logo,mesmo no primeiro ano,eu por estar sempre por ali,conversando com antigos alunos,alguns inclusive meus amigos até hoje,me tornei ainda mais conhecido por lá.

Todas as vezes que alunos se formam,meio que o colégio adquire novos alunos conhecidos e uma garota que já era popular na sexta série,agora estando na sétima,acabou por garantir com facilidade esse status, veio então a fama de que ela era uma cover da Gisele Bundchen. 

Claro que Gisele é Gisele, mas os cabelos longos e loiros e os olhos claros da menina ajudaram muito,fora claro o fato dela ter muita grana.

Não me lembro ao certo a situação que fez com que nos aproximássemos,mas o que eu ouvi da amiga é que ela ficava puta,por que muitos alunos seja do colégio dela,ou do meu, pagavam pau pra ela,por que ela era loira,rica e teoricamente cover da Gisele.

Não é que eu não achava ela bonita,mas eu só não me interessava por ela,além de achar que uma menina daquelas nunca daria mole pra mim, além do que os caras corriam atrás e ela cortava geral,ficando só naquela de provocar e nada.

Nos aproximamos,ela meio que comprovou a parte que se irritava por que eu não dava moral e passamos a ficar.

Pra mim tava tudo ótimo,eu estava com uma menina linda,embora que na época o dinheiro não fosse relevante e de quebra o colégio inteiro vibrava só de me ver chegar lá. Me tornei popular por um tempo,por ficar com uma garota igualmente popular. Eu vivi por um tempo,a história de alguns filmes adolescentes que surgem nos EUA.

Só que eu não me dei conta do quão era difícil trocar ideia com ela,tipo,era muito ruim,falar com ela sobre coisas normais e ouvir a menina dizendo só o quanto ela queria voltar na Disney,ver desfiles em Milão,viajar pra Porto de Galinhas,Noronha, eu se muito tava indo na cantina do colégio.

Isso foi me cansando,afinal a menina era muito nova pra ser fútil daquele jeito e ela não precisava agir daquela forma pra impressionar as pessoas, resolvi terminar nosso breve romance após cerca de um mês e meio ou dois juntos.

A garota ficou possessa,acho que ser rejeitada pra ela,era uma novidade ainda pior do que não ser notada,então ela passou a me seguir muito pelo orkut na época e perguntava por mim ao primo dela quase que diariamente. E eu na minha,seguindo a vida e agradecendo por estar me livrando de uma chata.

Ela resolveu fazer uma festa de quatorze anos,sim,ela se achava rica o suficiente para isso e realmente era,então vamos fazer uma festa que por motivos óbvios eu jamais pensei que seria convidado,afinal cerca de duas semanas antes eu tinha dado um pé na menina.

Ela organizou uma puta festa que virou notícia até no meu colégio,pra ter uma ideia,ela faria tudo na casa dela,com uma galera grande sendo convidada.

Meu susto só foi maior quando chegou na segunda feira e o primo dela,veio até a mim e me entregou o convite da festa que rolaria no sábado. 

Admito que eu não sei ao certo o por quê eu fui,não tinha nada com a menina e vendo hoje a probabilidade de dar merda,era enorme,mas enfim,ia muita gente conhecida,muita gente do meu colégio,inclusive,alunos concursados,pra se ter uma ideia da "fama" da garota.

Ela morava numa puta casa no bairro ouro preto,coisa de quase um quarteirão,impressionava a quem visse,mesmo com a região tendo outras casas grandes. Deviam ter pra mais de duzentos convidados e todo mundo apenas na área de churrasco da casa,com piscina liberada e tudo mais.

Eu lá na minha e vem o primo dela,trocar alta ideia comigo,as irmãs e eu vi a aniversariante mesmo só de longe,então coloquei o presente na mesa reservada e fui conversar com o povo,não falei uma palavra com a menina.

Enfim,festa rolando e naquela época a gente ainda não precisava beber pra fazer alguma coisa idiota,me surge o pai dela e o primo logo me apresentou. Não lembro o que eu falei,ou se elogiei a casa,algo assim,mas o pai vira e me convida pra conhecer a casa.

Na hora o inocente aqui,foi todo,pensei,nossa que cara bacana,me convidando pra ver a casa dele,ignorando o fato de que ele era o pai de uma teórica ex e que ele poderia saber a história toda.

E ele sabia,só que ele me encheu de elogios. O problema é que ao notar que ele sabia de tudo eu entrei na fase do cagaço e nem conseguia agradecer os elogios,eu ria contido e agradecia enquanto ele com uma taça de champagne na mão me mostrava a casa e me elogiava por tentar fazer a filha dele notar que o mundo não é só dinheiro. 

O cara ainda antes que eu voltasse pra festa vira pra mim e falou que adoraria que eu ficasse com a filha,que me achou um bom rapaz,essas coisas,mal sabia ele que eu só achava a filha dele uma rica,mimada e com um papo muito ruim. 

Enfim,voltei para a festa,passei a conversar com alguns amigos, eis que me chega uma garota que é outro perfil bem comum nas escolas,pelo menos entre os alunos. É a chamada aluna rodada,aquela a qual as meninas se referem a ela como "puta" e os garotos tentam ficar pelo menos uma vez.

Só que eu já conversava com essa menina de boa,já tinha até ficado com ela algumas vezes,mas paramos pra trocar ideia,curtir a festa,assim sem mais e sem menos.

Demos uma circulada e começou a rolar um clima,afinal a gente tava ali,se divertindo e tal,de repente nos beijamos. Pairou um silêncio em volta,tipo,as conversas ao redor meio que cessaram e quando abrimos os olhos ao final do beijo,eis que a aniversariante,o primo e algumas amigas dela estava bem do nosso lado e com cara de pouquíssimos amigos.

Claro que o clima de festa pra mim acabou ali né, vi que a garota ainda tomou meio que um esporro das amigas dela na festa e que a aniversariante só não nos expulsou por quê seria meio que tornar o fato o assunto da festa.

O tempo passou,a garota que eu fiquei seguiu conversando comigo normalmente nas minhas visitas ao colégio,assim como a aniversariante,minha ex,também voltou a conversar com ela após algum tempo. Eu no entanto não poderia dizer o mesmo.

Ela ficou sem conversar comigo por uns três anos ou mais,sendo que ela chegou a ir pro mesmo colégio que eu e só fomos voltar a nos cumprimentar após eu por acaso encontra-la em um rodeio de Pedro Leopoldo com uma das irmãs dela.

Anos mais tarde,fui saber que ela sempre afirmou para amigas mais próximas que eu fui o único cara que mexeu com ela,não só pelo meu jeito de agir,mas pelo fato de ter sido o único a "esnobar" ela e não propriamente por ter ficado com outra garota em pleno aniversário dela,eu contudo só a achava chata,não a esnobava por gosto nem nada disso,apenas achava o papo dela cansativo e fora da minha realidade.

Através de conversas e lembranças do caso,fui saber também que no dia da festa ela havia garantido ao pai que namorava comigo e que ele super aprovou após conversar comigo,daí entendi o por quê das caras feias após eu beijar outra garota e do silêncio cada vez que eu respirava na festa.

Hoje em dia,sei que ela segue muito bem de vida,virou advogada formada e segue sua rotina de bons passeios,sem qualquer namorado,quanto a mim nos falamos em datas festivas,aniversários ou coisas do tipo."

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