segunda-feira, 21 de março de 2016

Geração Desapega!



É certo que ao longo dos anos os relacionamentos se modificaram de maneira brutal. Antes era comum os casamentos com pouca idade, daqueles que se julgavam para sempre, mesmo que de forma arranjada e com a infelicidade de uma ou até das duas partes.

A mulher submissa se resignava a ficar em casa cuidando dos filhos e preparando o jantar para o marido provedor da casa e gerente único da renda familiar. 

Felizmente as coisas mudaram, hoje as mulheres tem maior direito de escolha e de certa forma isso é realmente muito bom tendo em vista que as relações atuais são providas de casualidade ao invés de sentimentos sinceros.

Os jovens de hoje aderiram com firmeza ao desapego. Porém ao se apegarem a isso ganharam a necessidade explícita de se auto afirmar como solteiros felizes, independentes e principalmente desapegados.

Mais ou menos como se gostar de alguém de forma verdadeira fosse um crime e que revelar sentimentos a outro alguém estampasse também fraqueza e carência.

Na geração liberta que temos hoje ganham espaço as fotos na balada com copos de vodca em punho e filtros bem manejados no instagram, enquanto a noite lamentam por não conhecerem alguém em quem possam depositar confiança e até mesmo o "arcaíco" sentimento denominado AMOR.

Nesse belo mundo de ilusões temos a moça que posta milhares de fotos com as amigas bebendo, sorrindo e com legendas que mostram uma mulher livre,poderosa e claro desempedida, mas que não informa de forma alguma que ao se desligarem os flashes ela liga para o ex  dizendo que ama e para ele largar aquela "vagabunda" que os separou.

Da mesma forma como o garoto de formas joviais que passa horas na academia delineando o corpo e afirmando para os musculosos amigos que jamais irá se algemar a uma garota é o primeiro a sonhar com a garota ideal para apresentar aos pais e construir uma família ao estilo "Ce topa" do Luan Santana com dois filhos e um cachorro.

Toda a vontade oculta de se amarrar a alguém não explícita a cerimônia do casamento, estamos na geração da agilidade, onde basta a união de escovas para a formação clara de constituição de família.

Sabemos que a ida as baladas open bar em companhia dos amigos é ótima, sabemos que um carnaval solteiro tem todas as vantagens possíveis e impossíveis, mas precisamos de companhia. Precisamos de afeto de alguém para o momento em que a farra termina.

A sociedade nos cobra perfeição. Nos cobra a necessidade irracional de mostrar que dependemos apenas de nós mesmos e que somos felizes e auto suficientes. Quando na verdade nos arrastamos de balada em balada numa forçada tentativa de se auto afirmar como fortes o suficiente para não depender de ninguém.

A modernidade nos ruiu, somos proibidos de nos importar e valorizar quem gostamos sob a pena de massacre coletivo dos desapegados mais exaltados. 

Uma pena perde-se a autonomia de se envolver, a prerrogativa de arriscar e arriscar mais vezes em busca de "um amor perfeito" ou aquele que baste. 

Se apegue ou desapegue com a mesma intensidade, contanto que você viva e seja feliz nada mais importa.

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