quinta-feira, 17 de março de 2016

Virgem.Doc (11)


(A virgindade é um fato marcante na vida de qualquer pessoa, por isso, na série Virgem.Doc veremos relatos feitos de forma sigilosa com pessoas que se dispuseram a contar esse marco de suas vidas e claro terem suas histórias divulgadas aqui sem qualquer custo ou identidade a ser revelado. A todos que aqui deram suas declarações o meu MUITO OBRIGADO!)

"Eu sempre fui apaixonada por um garoto, ele morava perto da minha casa, mas tínhamos horários diferentes de aula e por isso nos víamos se muito passando um pelo outro mesmo. 

Imagina eu com meus dezessete anos a menina que a família conservada quase que num pote, mal saía de casa e tudo. Ele não. Era o despojado, o cara que todo mundo conhecia, o garoto que todo mundo achava que ia longe, mas eu nutria aquela paixão meio que platônica até que um garoto que eu nem gostava veio ate mim e disse: " Olha vamos ali trocar uma ideia, pessoal está ali e tudo, tenho certeza que você vai curtir!"


Entre as pessoas estava esse garoto lá conversando com todo mundo enquanto eu calada mais observava e ria (de nervoso) de observar aquilo tudo. Acho que me encantei mais ainda com o gesto dele de me colocar na conversa, ele me trouxe pro meio do grupo e fez com que timidamente eu começasse a participar.


Aí formou meio que um grupo de pessoas da mesma idade que fim de semana se encontrava pra bater papo, jogar conversa fora, na época quase ninguém bebia então a gente se juntava os garotos jogavam bola e as meninas ficavam ali de papo vendo eles jogarem as acirradas peladas de rua que depois virava um papo sobre a escola e tal.


Todo mundo ali era amigo, ninguém ficava com ninguém, mas eu ali louca de paixão pelo garoto e ele o exemplo de simpatia, não só comigo, mas com todo mundo, mas coração apaixonado já viu, era ele falar uma palavra com outra garota e eu já ressaltava toda.


Lembro que teve um bazar pré festa junina na nossa rua, ele foi com a mãe dele e só me cumprimentou quando chegou depois ficou lá conversando com as amigas da mãe dele, virando meio que o centro das atenções de um pequeno grupo.


Fui ao banheiro e quando voltei lá estava ele de pé diante da minha avó conversando mais que animadamente e olhando umas camisas que ela estava cuidando pra verdadeira dona vender.


Eu estudava no colégio do bairro e ele estudava longe até por isso ele sempre pareceu mais discreto do que nunca, conhecia todo mundo, mas ninguém conhecia ele. Nos tempos de orkut era mais difícil stalkear alguém, hoje é bem mais fácil.


Na semana seguinte teve uma quadrilha na igreja do bairro e ele nunca foi lá, então eu estava lá tranquila com a minha avó cuidando de umas barracas. Aí surge ele. Com um amigo de infancia que até me conhecia, mas era outro que nunca tinha aparecido por lá.


Ele rodou um pouco e eu observando cada movimento dele, cada barraca que ele foi pra ver se ele não estava com ninguém ou planejando ficar com alguém.


Ele veio até a minha barraca e sorriu pra mim de forma doce e me perguntou se eu não iria abraça-lo como os amigos faziam. Eu estava contente demais pra questionar isso. Passamos a noite conversando, o colega dele foi até embora pois não tinha muito assunto para ele.


Foi a primeira noite em que ficamos, um único beijo, longe dos olhares da minha avó, longe dos olhares de conhecidos só eu e ele. Eu já havia beijado outros garotos, mas ele foi diferente, sempre foi diferente.


Ficamos por um tempo, engatamos um namoro tempo depois, mas o tempo era nosso inimigo, nos víamos pouco, mas nossa família fazia gosto de nos ver juntos. Ele me fazia sair da "toca" e eu fazia ele se controlar pra não sair demais.


Nos separamos e eu vi meu mundo desabar. Ele ouviu muitas conversas de um cara que me cantava descaradamente, eu apaixonada só tinha olhos para ele, mas mesmo com ele me avisando  que se cansaria de tantas cantadas vindas desse cara eu não percebi e não impedi.


Depois vi que era verdade, fiquei com esse outro cara em um sítio onde afoguei minhas mágoas e bebi tudo aquilo que nunca bebi na vida. O responsável pelo fim do meu namoro de conto de fadas me ajudou e aproveitou a chance. Eu pensando no meu amado me entreguei.


Já nua dei por mim e vi que não era ele, mas era também tarde demais pra voltar atrás, mas fui em frente. Sem vontade, sem prazer, sem sangue, apenas o ressentimento de saber que não era o cara que eu queria.


Namorei com o "dono da minha perca de virgindade por mais algum tempo. O meu amado tomou repúdio de mim e eu submissa deixei de tentar conversar. O namoro não durou. O repúdio sim, mas anos mais tarde soube que foi o meu amado que mesmo não querendo nada comigo me defendeu de inverdades a meu respeito ditas por um cara que tive o desprazer de perder a virgindade.


Consegui me reconciliar com o cara que eu sempre quis, voltamos a ficar, nunca a namorar, nunca mais consegui que ele fosse pra mim aquele cara de anos antes. Mas admito, foi o primeiro cara a me dar prazer durante o sexo, foi com ele que me descobri mulher, pois apesar dele nunca mais voltar a ser meu namorado como ainda pretendo que um dia volte a ser.


Ele sempre mostrou um carinho e uma doçura comigo que me encanta cada vez mais. Sei que hoje ele também está solteiro assim como eu, mas não sei como a nossa relação anda ou como seria uma possível volta. 


Da minha parte faria tudo para que ele gostasse de mim uma pequena parte de tudo que gosto dele."

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