segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Saudade



Dizem por aí que o começo da saudade sempre vem depois de algo inesquecível, daqueles momentos épicos em que a lembrança nos tomara a mente devido ao fato que ocorreu ou as pessoas envolvidas.

Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança,mas não consegue. Aquela lembrança doce ou amarga que tenta lhe escapar por entre os dedos,mas que encontra no peito um abrigo e invade o coração sendo expulsa muitas vezes pelos olhos.

Lembrança chata,persistente, que não chega a incomodar, mas permanece firme ali. O nó na garganta que desce pelo peito e tira a paz,o sossego de alguém que pensou que as preocupações.

Só se sente saudades daquilo que verdadeiramente marcou.

Retratos,cheiros, vozes de pessoas que com importância variada passaram por nossa vida e deixaram uma marca, deixaram saudades.

Amigos que nunca mais vimos e que as redes sociais hoje tão atentas a vida alheia não nos permitiu saber mais.

Saudades que batem da infância livre de preocupações, contas a pagar até o primeiro amor, aquele leve e sem qualquer macula passada pelas decepções que fatalmente iriam ocorrer uma hora ou outra na vida.

Saudade do presente que ainda não ocorreu, das possíveis oportunidades imperdíveis,daquelas que classificamos como uma mudança na vida, mas que felizmente ou não deixamos para outra hora, para outros tempos.

Saudades que vez ou outra brota com um força incrível ao pensar em pessoas que deixamos vir,mas nunca vieram ao nosso encontro, saudade até daquelas que deixamos por aí.

Imagina então a saudades daqueles a qual foram embora e não conseguimos nos despedir. Foram sem aviso, para nó na verdade nem deveriam ir.

Lástima, lamento de quem deseja encontrar alguém tão presente e tão importante,mas que num piscar de olhos se foi e infelizmente nunca mais irá voltar.

O mundo gira depressa, o tempo urge e a vontade de resgatar momentos vem. 

Infelizmente ainda não existe uma máquina do tempo para que possamos voltar atrás e fazer mesmo que de novo, igualzinho aquilo que queríamos com aqueles que se foram.

Tampouco há um horário de visita no céu, daqueles curtinhos onde abraçaríamos quem sentimos saudade, gargalharíamos de nossas histórias e nos emocionaríamos com o encontro em si.

Foge da nossa alçada imaginar o futuro sem saber se o presente vai durar muito. Sem saber se a saudade que sentimos hoje será no futuro próximo a saudade que deixaremos por aqui.

Sim, tomara que sejamos aquele por quem alguém tem saudade. Seja agora, com pressa e urgência de se ver após uma breve despedida. Ou pela despedida eterna devido ao fechar do paletó de madeira.

Algumas coisas simplesmente não voltam, mas fica ali aquela pontinha que na verdade mais parece um rochedo enorme de uma falta de presença que acaba por deixar de ser e estar.

E se infelizmente só temos aos céus do que lembrar e sorrir, pois bem, sorria, festeje e se alegre, pois lá em cima, bem de longe deve haver, um, dois, três e sabe se lá mais quantos morrendo de saudade do seu abraço aqui e que um dia,tomara que bem longe você possa por fim a toda essa vital necessidade de sentir saudade.

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