segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Medos Infantis



Você pode não se lembrar, afinal como dizem por aí ainda não nos entendiamos por gente e talvez não compreendêssemos o tamanho das coisas e o quanto pode ser  grandioso ou pequeno aquilo que vemos diante de uma perspectiva infantil.

Lá atrás,pequenos, inocentes e sedentos por aproveitar a vida tínhamos medo de coisas substanciais, coisas que não se sabe ao certo se existe ou não,mas que para nós pode fazer jus ao rótulo de pior pesadelo.

Já imaginou quantas vezes nossas mães nos faziam temer o bicho papão,o homem do saco,ficar torto quando bater o vento, entre outras coisas teoricamente inocentes e inexistentes em nossas vidas.

Ao crescer percebemos que podemos temer coisas mais reais, mas ao mesmo tempo nem tão palpáveis assim. Passamos a temer o fim da vida, perder coisas e pessoas que possam nos acompanhar pelas nossas vidas e que antes víamos como um ser além do fator vida e morte.

Quase como super heróis corríamos pelo mundo sem temer machucados,quedas,obrigações que para uma criança deixam de existir devido a pouca idade que ainda tínhamos.

Com o tempo a mais em nossas vidas ganhamos mais liberdade é obvio, mas também ganhamos mais medos assim como responsabilidades.

Passamos a ser nós os teóricos pseudo heróis imortais de nossos pequenos, dos pequenos dos outros e assim vamos ganhando aquela ilusória aura de imortalidade que hoje mais velhos e mais cientes do mundo,sabemos não existir.

O que antes era grande,forte e vigoroso pode já não ser mais tão aterrorizador assim, embora claro fobias possam ser reveladas tal qual uma garota que teme baratas,lagartixas entre outros "pequenos monstros" existentes em nossa rotina.

Eu temeria mais os boletos que me chegam e se acumulam, talvez mais ainda temeria a falta de condições de paga-los e assim ir perdendo o controle que antes eu nem sabia que poderia ter diante de minha própria vida.

O mundo é dos corajosos. Até por que é preciso muito coragem para se viver por aqui, mas há quem diga também que os covardes vivam mais.

Se arriscar,enfrentar os medos é por vezes necessário, conduta obrigatória para que possamos superar expectativas que nem imaginávamos ter e caminhar passo a passo rumo ao nosso sucesso pessoal.

O medo de errar nos prende, medo que antes talvez não tínhamos, talvez não nos era imposto.Mas que hoje é real,diário,presente em nossas vidas de forma massiva e muito mais aterrorizadora do que quando éramos apenas crianças sedentas por viver.

Viver alias nunca foi e nem nunca será um mar de rosas, seja para nossos tempos de criança,seja para agora,adultos responsáveis e viventes, seja para nosso progresso de vida em encontro com a velhice. O que muda apenas é a perspectiva,a forma de ver o mundo e seus desafios.

A vida é feita de desafios, desafios que se não enfrentados não nos permitirão de fato viver a vida, não nos permitirão obter novas oportunidades, não nos farão fazer a vida valer a pena.

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